Acordar é necessário. Ainda que demore um tanto, mas é preciso. Há pouco tempo comecei a acordar para a importância de mudar a minha postura com relação a coisas como lixo, consumo, sustentabilidade. Acho que já podia ter acordado para essas coisas antes, mas fui daquelas que achavam que se preocupar com meio ambiente é coisa só pra militante do Greenpeace ou pessoas preocupadas com a vida dos ursos polares. Os tempos são outros, não acordar para a nossa fome de consumo que nos consome é burrice.
E escrevo tudo isso do meu laptop, que acabei de comprar e que vai me render seis meses de endividamento. Agora passada a sanha de ter um computador para colocar debaixo do braço e dentro de um táxi (porque sou pedestre e andar de ônibus em Salvador é sempre uma aventura), me questiono da real necessidade de ter um laptop. Meu desktop é ótimo e atende às minhas necessidades. Vou ser altruista e passá-lo para minha irmã caçula, que não tem máquina em casa.
Tenho me questionado muito sobre a quantidade de vestidos que há no meu guarda-roupas. Inclusive decidi que não compro um guarda-roupas novo. Não consumo mais roupas, porque não há espaço no meu armário. Mas pra que tanta roupa? Tenho vestidos que só usei uma única vez. Outros que comprei há meses e nunca tive oportunidade de usar. Sede de consumo. Necessidade de sei lá o que.
Sei que se o mundo consumir como eu consumo, se exaurirá em três tempos. Ou melhor já está se exaurindo. O detalhe é que o meu poder de escolha de vida é condicionado pelo tanto que consumo. E não consumo pouco. Sou vaidosa, gosto de perfumes, cremes, da casa bonita e do que há de novo. Isso não é crime, mas o quanto me condiciono a isso? Esse é o pecado: o condicionamento. A escravidão a um sistema que nos escravida. Acorrentadas pelos cartões de crédito.
E os que se permitiram despertar para outras consciências hoje falam em etiqueta sustentável, que seria uma busca por mudança de comportamento, agindo de forma mais consciente. Essa etiqueta implicaria numa maior reflexão diante do ato de consumir: pensar algumas vezes antes de comprar, perceber a real necessidade da compra, evitar consumir produtos demais embalados e que geram montanhas de lixo, optar por reciclar as coisas que são passíveis de reciclagem, separar o lixo orgânico do não orgânico. Sem contar a preocupação com conhecer um pouco aquilo que está comprando: que materiais são usados? Tratas-se de um produto biodegradável? Que tipo de mão de obra é envolvida? É algo produzido de forma orgânica, sem agredir o meio ambiente? Bem, quando você se dá ao trabalho de se perguntar tudo isso, tem mais tempo de ver se realmente vai comprar e o que precisa.
Às vezes, um produto com essas preocupações não são os mais baratos. Mas quando a gente pensa de uma forma menos imediatista e mais preocupada com o futuro, com o mundo em que vivemos, com o nosso corpo, com o ambiente que é parte de nós... a gente acaba reconhecendo que vale a pena.
Uma dica é buscar mesclar as coisas. Um produto orgânico com um não tanto. Porque não vamos negar que no bolso há uma diferença, mas também no paladar. Uma rúcula orgânica tem um sabor indescritível...embora custe uns trocados a mais.
É isso, consumir diferente, estar no mundo de forma mais responsável, não só preocupada com seu quinhão é algo novo, diferente e que sim, dá trabalho. Etiqueta significa educação, bons modos, agir com coerência. E viver isso pensando em responsabilidade, sustentabilidade é buscar uma nova consciência, outra educação. O que exige tempo, paciência e disponibilidade.
O nosso planeta, a sua pele e as nossas vidas agradecem.
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2 comentários:
Adorei!
Mas tá falatando colocar o link do meu blog... lá-lá-lá!
www.lisavietra.blogspot.com
Beijo!
hum, muito bom... nossa, eu teria tanto a compartilhar com você a respeito disse, que este espaço não é suficiente.
Posso resumir que o passo 1 foi ficar sem grana. Sem grana mesmo, contando moedinhas... e daí acordei para tanta coisa!! Ah, vamos ter q conversar com mais calma.
Beijo!!
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